por: Marcelo Zaccariotto
Na hora de viajar sempre rola aquela tensão . O que fazer com os dogs? Hotel? Alguém pra vir em casa cuidar? Deixar com alguma pessoa da família? Todas essas opções funcionam mas a gente sempre fica com um pé atrás. Ou incomoda alguém ou tem um estouro no orçamento, afinal de contas, deixar um cachorro no hotel, muitas vezes, sai mais caro do que o nosso próprio hotel. E quem tem mais de um então? E se eles não são cães que cabem numa bolsa e são aceitos até no Ibis? (sim, eles aceitam cães de bolso) O que fazer? Levem eles junto!
Na hora de viajar sempre rola aquela tensão . O que fazer com os dogs? Hotel? Alguém pra vir em casa cuidar? Deixar com alguma pessoa da família? Todas essas opções funcionam mas a gente sempre fica com um pé atrás. Ou incomoda alguém ou tem um estouro no orçamento, afinal de contas, deixar um cachorro no hotel, muitas vezes, sai mais caro do que o nosso próprio hotel. E quem tem mais de um então? E se eles não são cães que cabem numa bolsa e são aceitos até no Ibis? (sim, eles aceitam cães de bolso) O que fazer? Levem eles junto!
Eu já tinha feito uma viagem grande com o Lambisgóia em 2010. Foram
10.000 km percorrendo a América do Sul. Passamos por Paraguai, Argentina,
Chile, Peru e Bolívia e foi uma das viagens mais memoráveis da minha vida. E eu
já estava sedento por mais!
Eu e o Lambisgóia |
Primeira parada |
Hoje tenho três vira-latas. O Lambisgóia, a Pretinha e quatro meses
atrás adotei a Bella. Eu nunca mais tinha conseguido fazer uma viagem longa com
eles. Quando conheci a Dora a segunda pergunta que eu fiz pra ela foi se ela
toparia viajar com os cachorros (a primeira foi qual era o signo chinês dela).
Ela topou na hora e com um sorriso no rosto. Foi ai que eu tive certeza que
tinha encontrado uma mulher especial. Decidimos que a nossa primeira viagem
seria para a Chapada Diamantina, lugar onde a Dora nasceu e que eu sempre tive
muito carinho. Como a Bella esta comigo há 4 meses e não sei ainda como ela se
comporta em grandes viagens, resolvemos deixar ela em Monte Santo de Minas com
a minha mãe e seguimos viagem com Lambis e Pretinha que já são mais safos na
estrada.
Tchau, Bella |
Todos de cinto a caminho da Bahia |
Quando se viaja com cães o maior desafio é encontrar lugares onde eles
são aceitos e uma boa ferramenta para isso é o booking.com, onde é possível
filtrar estabelecimentos que aceitam animais de estimação. A viagem anterior
com o Lambis foi toda reservada pelo booking, mas no Brasil é diferente pois
não é todo tipo de cachorro que eles aceitam e sempre existem regras e
burocracias.
Outra dificuldade em viagens longas é onde dormir durante os deslocamentos. Para a Chapada teríamos que dormir uma noite no caminho e a nossa ideia era pernoitar em Montes Claros que é mais ou menos na metade do caminho. Nesse momento colocamos em prática uma técnica infalível que eu descobri na minha viagem pela América do Sul, dormir em motel. Toda cidadezinha de beira de estrada tem pelo um motel na entrada e outro na saída. O grande lance é se aproveitar da discrição que esses estabelecimentos oferecem, a maioria deles não permite contato visual na portaria e a comunicação é por um interfone. Se ninguém latir nessa hora, tudo lindo. Se latir, tenta o próximo. Não tem erro! Além disso, motel é lugar de fazer bagunça. Eles estão preparados pra isso. Se o quarto tiver uma hidro, rola até um banho nos dogs!
Nós queríamos ficar no Capão e optamos por alugar uma casa pelo Airbnb.
Tivemos muita sorte, pois o dono da casa era um francês muito gente boa e topou os cachorros sem problemas, mas desde
que eles não comessem as galinhas dele. Isso nos deixou um tanto preocupados,
já que o Lambisgóia tem uma queda por bichos que correm dele. Resolvemos
assumir e aceitar o desafio. A casa do Nicolas era linda e no final das contas,
por incrível que pareça, o Lambis respeitou as galinhas. Uma delas gostava de
ciscar fora do galinheiro e as vezes ele dava uns apavoros nela.
De Lençois pegamos a trilha de terra para Andaraí. Foram 30km de estrada
de pedra e buracos e rios pelo caminho. Depois de cruzar o rio Roncador paramos
o carro por ali pra dar um mergulho. A Dora e o Lambisgoia não gostam de água
fria e ficaram só de olho de longe, mas eu e a Pretinha fizemos questão de dar
um mergulho. O problema foi a volta pro carro. Eu e Pretinha estávamos molhados
e cheios de areia. A Dora sofreu um pouco, principalmente quando a Pretinha se
jogou lá dentro e espirrou água pra todo o lado, mas logo ela desencanou da
bagunça e entrou no ritmo dos dogs. Ainda Bem! Pois quando se viaja com 2
cachorros, ainda mais vira-latas de médio porte, não dá pra se prender a
limpeza e organização o tempo todo. Eles acabam tendo que beber água e comer
dentro do carro, pisam onde não devem (tipo o radio PY), entram com as patas
sujas de terra e as vezes até lama, babam no vidro, pisam nas malas… É uma
prática de desapego intensa. E a Dora passou no teste!
Parada no Rio Roncador |
Banho de rio |
Outra questão de viajar com os cachorros são os passeios, pois
normalmente em parques nacionais animais de estimação não são aceitos e tem que
ficar do lado de fora. Demos prioridade para passeios fora do parque durante os
primeiros dias e foi tudo lindo, mas estando na Chapada, não dava para não ir
em alguns lugares.
Resolvemos dormir uma noite em Mucugê, já que era mais perto da
Cachoeira do Buracão, e usamos o método booking de busca de hotéis em uma lan
house da cidade. Nossos celulares Claro não recebiam nem mensagem de texto na
Chapada Diamantina. Achamos no booking duas pousadas que diziam que aceitavam
cachorros. Na primeira que fomos eles viram os dois e negaram, falaram que não
aceitavam animais daquele porte, mas na
segunda, a Pousada Pé de Serra, eles foram muito bem recebidos e até dormiram
no quarto junto com a gente.
Pousada Pé de Serra - Mucugê |
Na volta pra casa, já com preguiça de ficar procurando hotel no booking
e ligando pra ver se de fato aceitariam nossos cachorros, apelamos pra tática
do Motel. Dormimos em um em Brumado depois que saímos de Mucugê e depois em
outro em Bom Despacho sem nenhum problema e sem eles serem notados.
A viagem foi linda e já estamos pensando na próxima aventura com nossos companheiros. Queremos levar eles para dar a volta ao mundo e estamos trabalhando pra isso.
Listamos aqui algumas dicas básicas para a viagem com seus amigos de quatro patas.
1 - Sempre ter um atestado de saúde veterinário provando que eles estão
saudáveis e com as vacinas em dia
2 - Cinto de segurança em todo mundo é essencial (falhamos nesse quesito
no dia que perdemos a Pretinha.
3 - Levar agua e snack para eles e oferecer no carro. Depois de um tempo
eles acostumam e começam a beber e comer mesmo em movimento.
4 - Sempre deixar eles darem uma voltinha nas paradas pra abastecer, o ideal
é a cada duas horas
5 - Nunca deixar eles fechados no carro, nem por pouco tempo.
Imprevistos acontecem e o carro pode virar um forno e fritar seus amiguinhos
6 - Sempre tem alguém que gosta de cachorro e está disposto a ajudar. Não
perca tempo com quem não gosta pois eles nunca vão te entender.
7- Em viagens internacionais você precisa de um atestado de saúde toda vez
que atravessar uma fronteira, além de ter que ir no ministério da agricultura
local pagar uma taxa de exportação dos peludos pois eles são considerados carga
viva.
8 – Leve sempre os potes deles de água, comida e as caminhas. Pra eles
também é importante se sentir um pouco em casa.
Pretinha feliz com seu snack |
Andaraí |
Pedindo comida no Capão |
"Acho que eu tô vendo uma vaca" |
por do sol na estrada |